O que a doença nos quer dizer? Entenda a auto sabotagem
Conhecemos pessoas que conquistam o sucesso: um bom emprego, um relacionamento feliz, a compra do carro novo, a viagem dos sonhos. Alcançaram as pequenas e grandes vitórias. Mas no momento de usufruir tais conquistas, fazem de tudo para dar errado, auto sabotam-se pelo medo de serem felizes.
Em 1916, Freud escreveu um artigo de grande repercussão no mundo científico intitulado: “Os que Fracassam ao Triunfar”. Ele tratava de pessoas que possuíam medo de ter satisfação. E para tanto, sentiam-se aliviadas quando o que estavam a fazer não dava nada certo. É como se alguém tivesse tudo para ser feliz e, de alguma forma, conseguisse arrumar uma forma para fugir da felicidade.
A auto sabotagem pode-se manifestar em todos os aspetos da vida: namoro, casamento, educação do filhos, escola, trabalho e novos projetos. Os psicoterapeutas são unânimes em afirmar que o processo de cura para este tipo de doença emocional passa pela tomada de consciência. De que as pessoas não só estão a se sabotar, mas também a destruir o seu futuro.
A origem da auto sabotagem pode estar lá atrás: na infância, no núcleo familiar que é onde adquirimos referências e construímos a nossa base de perceção e atuação no mundo. Incluindo traumas, assimilação de traços da personalidade de quem convivemos. A sentimentos de abandono, rejeição, culpa, entre outras ansiedades.
Esse comportamento pode ser tão grave ao ponto de provocar obesidade, depressão, cardiopatias, transtornos de ansiedade, pensamentos suicidas. Assim como diabetes e, em casos mais graves auto mutilação. Que é quando a pessoa cria flagelos físicos em si mesma para se punir. E assim “diluir” o sucesso e a felicidade em todos os planos da vida.
Não podemos ter vergonha de falar e lidar com esse sofrimento. Pois trata-se de uma doença que sente prazer no desprazer. Significa que quanto mais a vida se torna difícil, mais a pessoa se satisfaz, chega a ter prazer em ser maltratada ou sentir dor. É uma reação provocada pelo inconsciente que faz com que a pessoa sinta fascinação por tudo que lhe produz destrutividade. Tornando-se um complexo de inferioridade crónica.
Não podemos perder a esperança, porque a auto sabotagem é uma doença da alma que tem tratamento e cura. Porém exige determinação e precisa de mudanças significativas de hábitos e atitudes. Onde não basta apenas o desejo de mudar, de fazer algo diferente. Se crenças e padrões continuam os mesmos, repetindo o mesmo comportamento e puxando o “próprio tapete”. Mas como disse Dostoievski: a maior felicidade é saber por que se é infeliz.
Por: Jackson César Buonocore, sociólogo e psicanalista.
Fonte: www.psicologiasdobrasil.com.br
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