Verdades & Mitos | Passado, Presente e Futuro
As pessoas ainda julgam que a hipnose é uma técnica recente, mas não é, trata-se de uma abordagem tão antiga como a própria humanidade.
Por exemplo, Sigmund Freud, que estudou hipnose com Charcot em Salpetriére, usou a hipnose no início da sua carreira para ajudar os seus pacientes a recuperar memórias reprimidas. Freud observou que os seus pacientes reviviam os eventos traumáticos num fenómeno conhecido como ab-reacção. É esse processo que que se sente num processo de dessomatização. Quando em regressão alguém revive uma experiência traumática do passado. Lamentavelmente, Freud acabou por abandonar o uso da hipnose em detrimento da livre associação de ideias. Porque não soube compreender de todo o potencial da técnica. Quer dizer, Freud percebeu a importância de compreender as memórias reprimidas, mas criou a sua própria hipnose, conhecida como psicanálise.
Na realidade, como qualquer pessoa do mundo ouso pensar é fazer uma forma diferente de fazer terapia e, por isso, serei vítima destas ideias.
Na realidade não se escapa a alguma perseguição. Por quem ousa trilhar caminhos novos, mesmo que para alguns pareçam loucuras. Pois haverá sempre alguém que continua a arrumar-nos e a tratar-nos de acordo com elas. Foi assim no passado e é assim no presente. Ouso citar Shakespeare, em Hamlet: “Há mais coisas no céu e na terra que possamos imaginar”.
Em terapia de regressão acedemos aos processos psicológicos, não pela idealização do trauma.
Isso é muito redutor, mas pela própria experiência original, onde tudo aconteceu pela primeira vez. De forma que as sensações de medo, desconforto e insegurança não sejam evocadas como um drama no presente. Quer dizer, a hipnose não trata o sintoma, parte dela para buscar a origem onde aconteceu. Seja na infância, na vida intra uterina ou a níveis pré-primários da própria organização mental. “A dor é inevitável mas o sofrimento é opcional”. Paul Satre
Gosto de dizer que a hipnose é uma interessante combinação de relaxamento físico e perspicácia mental.
Num processo terapêutico hipnótico o principal objetivo é ajudar o indivíduo. A modificar a sua perceção do evento responsável pelo trauma.
Deixe-me ilustrar com este exemplo: num assalto violento, por exemplo, em que alguém foi vítima e que pode estar a sofrer de uma síndroma de stress pós traumático, em terapia hipnótica procuramos dar um novo significado ao que aconteceu, para que a sensação de medo e ansiedade associado ao facto não apareça mais. Ou seja, em transe hipnótico qualquer pessoa pode perceber o seu trauma sobre outro ponto se vista, como os vários olhares sobre o problema para que a sua carga somática não condicione os aspetos funcionais das pessoas.
Um evento traumático não tem que ser uma doença.
Mas às vezes pode ser tão avassaladora, em termos de perturbação dos aspetos funcionais da vida da pessoa, que realmente faz adoecer. Mas o mais importante, e que podemos aprender sobre o transe hipnótico, é que a hipnose também pode ser treinada de forma que a pessoa possa praticar auto-hipnose em casa. E perceber que em hipnose o normal e sentir-se sereno, livre, saudável e completo.
No passado ensinaram-nos a esconder os problemas.
O que no meu entender que pode ser um erro grave. Todos sabemos que Passar por emoções sem as viverem ou passar por experiências traumáticas sem a expressar faz adoecer as pessoas por isso temos o stress pós traumático.
Em psicologia dizemos que sofrimento sem sentido é patológico.
Eu digo, para quem está a ler este artigo, que não há experiências boas ou más na vida, mas oportunidades de crescimento.
Sabe, eu penso que as pessoas têm medo das alternativas.
E eu compreendo-as muito bem e respeito os seus receios. Todavia, acho que não devíamos julgar alguma coisa só porque ainda não a conhecemos de todo senão ainda não tinha-mos saído das cavernas, ou a roda ainda era quadrada. Se me pergunta que a hipnose de regressão é a única solução para os males de uma sociedade doente. Não, não é. Mas é trabalho digno, alternativo, esforçado e meritório. E é pena alguns velhos do Restelo não o reconhecerem. Mas penso que é triste este espírito de dizer mal de tudo o que não se conhece. É triste esta ideia de que nada do que fazemos é bom.
Somos imperfeitos para podermos experimentar a perfeição no passado ensinaram-nos a esconder as emoções, mas temos o direito de ser simplesmente humanos, de chorar quando apetecer chorar, mas também rir se nos apetecer rir.
Ousar falar das nossas lágrimas para que os outros não tenham medo de chorar.
Falar dos nossos fracassos, para que possamos entender que ninguém é digno de sucesso se não souber usar as suas derrotas passadas para crescer. Importa perceber que na caminhada pela vida também falhamos no passado, o erro, o fracasso, a derrota e a frustração fazem parte de uma vida equilibrada.
Todos possuímos ainda feridas não curadas, ou situações mal resolvidas do passado.
Porque o perdão do outro e de si próprio não teve ainda lugar. O perdão é uma das faces da mesma moeda porque ao perdoar os outros fica mais fácil perdoar a nós próprios. Infelizmente, a maior parte das pessoas prefere continuar a acusar os outros de serem a causa do seu medo, da sua raiva e da tristeza que vivem no presente. Viver tantas emoções sem as expressar, passar por emoções sem as compreender torna os seres humanos doentes.
Quando fazemos uma regressão tornamo-nos viajantes nas trajetórias do SER. E acredite, é tão enriquecedor perceber que não há boas ou más experiências de vida, mas oportunidades de crescimento, por isso somos seres espirituais condensados em formas humanas.
Somos seres intemporais em busca de aprimoramento espiritual. E que ao longo das várias existências também se acidentam. Mas aprendemos a usar as lágrimas para irrigar a sabedoria. A derrota e o erro, para nos recriar num novo ser. Como uma escada de emoções para atingir os nossos sonhos. Dizem que a vida é uma viagem e não um destino, e a viagem interior e a busca do ser são fundamentais para a saúde psíquica, para a harmonia, o prazer e a realização pessoal numa existência encantada.
A dor ou nos constrói ou nos destrói. O sucesso e a derrota fazem parte da história de cada ser humano e era importante viver estas experiências de forma plena e vibrante.
Não existem coisas boas ou más na nossa vida, mas oportunidades de crescimento. Ao despertar para esta nova maneira de viver a vida, tornei-me um viajante nas trajectórias do meu próprio ser. Em hipnose, para nossa agradável surpresa, descobrimos que o normal é estarmos tranquilos, equilibrados, serenos, olhando as dificuldades como oportunidades de crescimento e que devemos despertar para a vida com um respeito e uma perspectiva mais profunda.
Ao descobrir que somos intemporais e que esta jornada é o nosso maior desafio, ficamos mais intuitivos e com maior capacidade de lidar com perdas e contrariedades.
Como estamos mais serenos, posicionamo-nos na caminhada terrena como arautos de mudança. A capacidade de lidar com nós próprios, com as nossas emoções nos momentos mais stressantes e dramáticos. Torna-nos seres que constroem o seu próprio destino.
Numa hipnose de regressão, descobrimos um espectáculo de recursos e experiências avassaladoras.
Num mundo onde crescem as ideias mais intuitivas e pensamentos serenos.