Verdades & Mitos | TVP realidade ou fantasia?
Verdades & Mitos | TVP realidade ou fantasia?
É engraçado perceber que apesar de estarmos no primeiro século do novo milénio, as pessoas de dentro e fora da profissão de hipnoterapia ainda debatem calorosamente o tema das regressões a vidas passadas. No entanto, independentemente dos seus próprios pontos de vista, sabemos que uma percentagem muito significativa da população do mundo aceita o conceito de viver mais de uma vez. As principais religiões monoteístas também defendem que algo existe para além da consciência. Além disso, quer se acredite ou não no conceito de vidas passadas, a técnica da ponte emocional, por vezes, resulta numa regressão do paciente de volta a uma vida passada real ou imaginada.
TVP Realidade ou fantasia?
Para Scheflin & Shapiro (1989), referem que a mente inconsciente é plenamente capaz de fantasiar ou elaborar uma história com alguma facilidade.
Razão pela qual o depoimento de uma testemunha no tribunal poderia ser descartada se a hipnose fosse usada para realçar as lembranças da testemunha. Para Scheflin & Shapiro (1989), os clientes podem fantasiar coisas tais como: abuso físico ou sexual, abduções por OVNIS, vidas passadas, “entidades” ou influências demoníacas, etc.
Lidamos com percepções e não com a realidade.
E devemos aceitar a realidade do consulente pois só assim o podemos ajudar. Importa perceber que não buscamos a verdade factual. Mas a verdade emocional pois é essa que impede o consulente de ser feliz. Sabemos que inconsciente pode facilmente responder à fantasia (ou memória alterada) como se fosse verdade. Em suma, não é o papel do hipnoterapeuta fazer julgamentos de carácter.
Segundo Carl Rogers: “Um paradoxo curioso é quando eu me aceito como sou, então eu mudo.”
Logo, ajudamos o cliente a libertar o passado, seja facto, ficção ou uma combinação de ambos.
GUARDAR AS EMOÇÕES SEM FALAR FAZ ADOECER (James Pennebaker)
A psiquiatria sublinha que perante situações de extremo stress um sujeito passivo é mais vulnerável do que um indivíduo proactivo.
Pense, por exemplo, no conceito de segredo. A principal coisa que sabemos a respeito dos segredos é que tê-los não é saudável para o cérebro.
O psicólogo James Pennebaker, em 2006 ele e os seus colegas estudaram o que acontece quando vítimas de violação e de incesto, agindo por vergonha ou culpa, decidem guardar o segredo dentro de si. O que foi que ele descobriu? Após anos de investigação Pennebaker concluiu que, e passo a citá-lo:
«o ato de não discutir o acontecimento ou confiá-lo a outrem pode ser mais prejudicial do que a própria experiência do acontecimento»
Pennebaker constatou que pessoas predispostas a guardar segredos, mágoas, dores ou a inibir suas emoções colocam em risco sua saúde.
Enfraquecendo as defesas do corpo. Este livro mostra que a atitude de expressar, oralmente ou por escrito. As desagradáveis experiências emocionais pode transformar seus pensamentos, sentimentos e sua saúde física.
Ele e a sua equipa descobriram que, quando os sujeitos confessavam ou escreviam.
Acerca desses segredos tão profundamente guardados, a sua saúde melhorava, as visitas ao médico decresciam e verificavam-se descidas razoáveis nos níveis da hormona do stresse.
Pense na memória: Hipocampo e amígdala.
Por exemplo, em experiências normais, a memória dos acontecimentos do dia-a-dia é consolidada (isto é, «cimentada») por uma zona do cérebro delineada hipocampo.
Mas, em situações de pânico — como um de carro ou um assalto — uma outra zona a amígdala- também guarda memórias num percurso de memória independente e secundário. As memórias da amígdala possuem uma característica diferente: são difíceis de apagar e podem ressurgir do nada, em jeito de «lâmpada de flash» — como é vulgarmente descrito por vítimas de violação e veteranos de guerra.
Por outras palavras, há mais que uma maneira de o cérebro armazenar a memória dos acontecimentos.
Não estamos a falar de uma memória de diferentes acontecimentos. Mas de múltiplas memórias do mesmo evento — como se dois jornalistas com diferentes personalidades estivessem a tirar notas acerca de uma única história em curso.
Paul Satre refere: “A dor é inevitável mas o sofrimento é opcional”. Todos aqueles que fogem das suas experiências, que se recusam a admitir acidentes de percurso, são pessoas incompletas e portanto infelizes.
Vivemos quase sempre numa atitude de fuga para a frente.
a maioria das vezes quando passamos por experiências que nos inquietam, ou ameaçam em termos catastróficos, e como não queremos ver ou sentir agimos em fuga para a frente e encapsulamos os sentimentos… O que está errado pois passar por experiências sem as viver, mas sobretudo sem as compreender faz adoecer.
Digo muitas vezes que não há boas ou más experiências, mas oportunidades de crescimento.
Sabemos que a experiência é um factor determinante no desenvolvimento humano.
E jamais devíamos negar as nossas experiências passadas, pelo contrário, devem ser compreendidas para serem ultrapassadas.
Nunca a resignação ou a alienação foram boas conselheiras. Eu sei que em casa me compreendem quando digo: é urgente e importante uma humanização da medicina do doente…
O humor e o amor ajudam-nos a lidar com os momentos difíceis.
Já que ajudam a relatividade e a não dramatizar. A única coisa que importa é a nossa capacidade de amar e isso todos temos em potencial.
A forma de sentir a vida tem de ser uma coisa contextualizada.
Ter a humildade de ponderar as suas crenças, questionar as suas verdades absolutas, por de lado convicções que nos acompanharam toda a vida não é fácil. Por isso devemos questionar: prefiro ter sempre razão ou curar-me?
Importa perceber que não possuímos um interruptor que nos permite desligar as emoções.
Por vezes sentimos coisas que nos ameaçam e nos inquietam e isso pode provocar distorções cognitivas e espoletar comportamentos que podem trazer stress pós traumático.
Somos mortais e as experiências ameaçadoras é aquilo que nos aproxima da mortalidade, que nos lembra que a dor é um mecanismo de defesa.
Já que aprendemos pela dor ou pelo amor. Aqueles que não tem acesso à dor de uma experiência vivem um tédio existencial. Se na nossa vida não há medo nem risco, o prazer – com o tempo- tornar-se-á entediante.
A única coisa que importa é a nossa capacidade de amar e isso todos temos em potencial.
O contato físico é incomparavelmente mais benéfico que o das redes sociais.
Sofrimento Por Antecipação:
Não temos um interruptor no cérebro que permite desligar os sentimentos. Por vezes, deparamos-mos com experiências que nos ameaçam ou provocam inquietação em termos catastróficos. Assim, passamos a ter uma ansiedade antecipatória, com medo do que vai ser o amanhã.
Podemos correr o risco de ficar escravos de uma dinâmica interna.
E esta dinâmica nas relações tem de ser descodificada para que as relações não percam qualidade…
Nada é estático tudo está em mutação constante. Às vezes negamos as experiências que nos acontecem, só porque achamos que não as merecemos. A verdadeira liberdade do espirito está na incerteza da vida.
E tudo na vida é efémero e que a dimensão que as coisas tomam é do tamanho da dimensão que nós lhe damos.
Nada é eterno nem mesmo os seus problemas.
É certo que s imagem que muitas vezes temos de nos é desajustada da realidade. Porque ao mesmo tempo que somos capazes das coisas mais maravilhosas teimamos em não concertar as chagas que atormentam o nosso ser. Há tanta coisa boa que somos capazes de construir neste mundo.
Espero que entenda que uma experiência hipnótica pode ajudar todas as pessoas a tornarem-se mais consciente e contribua, sobretudo, para melhorar a qualidade de vida e possa ajudar a viver em verdadeiro amor.
Vivemos quase sempre numa atitude de fuga para a frente.
A maioria das vezes quando passamos por experiências que nos inquietam, ou ameaçam em termos catastróficos, e como não queremos ver ou sentir agimos em fuga para a frente e encapsulamos os sentimentos… O que está errado pois passar por experiências sem as viver, mas sobretudo sem as compreender faz adoecer.
Somos mortais e as experiências ameaçadoras é aquilo que nos aproxima da mortalidade, que nos lembra que a dor é um mecanismo de defesa. Já que aprendemos pela dor ou pelo amor.
Abraço luminoso,
Alberto Lopes